Em um artigo anterior discutimos a respeito da pesquisa translacional e qual seu objetivo e importância para a ciência.
No presente artigo, conheceremos como os cientistas translacionais podem contribuir para o avanço da medicina e, assim, se posicionarem como futuros líderes globais em sua área de investigação.
1. Desenvolva questões clinicamente relevantes
Levar a ciência básica do laboratório para clínica é uma tarefa que pode levar mais de uma década. No entanto, cientistas com habilidades em pesquisas translacionais têm uma perspectiva mais ampla sobre o tema em investigação e podem ser fundamentais para fazer perguntas estratégicas que oriente a uma aplicação mais eficiente dos resultados na clínica.
Todo cientista deve se posicionar com estudos bem planejados. Um estudo bem planejado e com metodologia robusta são inestimáveis para ajudar a acelerar o processo de migração dos resultados obtidos no laboratório para a prática clínica.
2. Busque colaborações multidisciplinares
A colaboração de cientistas de outras áreas é fundamental para facilitar o desenvolvimento de uma pesquisa.
A Profa. Dra. Martina McGrath, do Programa de Pós – Graduação em Ciências Médicas, da Harvard Medical School diz é necessário formar os pesquisadores para serem multidisciplinares, tanto em seu pensamento quanto, se possível, em tudo o que fazem. A pesquisa realizada com uma abordagem multidisciplinar pode ser a solução para diminuir a lacuna que existe entre a pesquisa básica e sua aplicação na clínica. Além disso, as descobertas médicas podem ser avançadas e concretizadas com mais eficiência.
3. Conecte a pesquisa aos casos clínicos
Os cientistas translacionais podem seguir dois caminhos:
Cientistas translacionais costumam levar os casos obtidos durante um atendimento clínico para serem estudados em laboratório. Isso possibilita o entendimento acerca da patologia encontrada e proporciona a descoberta de novos métodos terapêuticos. Unir pesquisa clínica, estudo de casos e pesquisa básica é essencial para melhorar os resultados.
4. Comunique a pesquisa com eficácia
O conhecimento compartilhado pode promover colaborações mais profundas e eficazes. Deve-se investir na formação de um ambiente acadêmico rico, no qual os cientistas utilizem métodos diferentes e novos para fazer ciência.
Uma lacuna existente na formação do cientista da área básica é que embora os indivíduos se tornem qualificados em sua área, eles podem não ter o conhecimento de outras abordagens que poderiam fornecer novas respostas para problemas desafiadores. De acordo com o Prof.Dr. Adam McGrath, do Programa de Pós – Graduação em Ciências Médicas, da Harvard Medical School, “estar familiarizado com a terminologia e os métodos que se relacionam com todo o espectro da pesquisa, desde a ciência básica até os estudos pré-clínicos e clínicos e com a observação de algo na população, é muito valioso.”
O treinamento em redação e comunicação científica também é fundamental para todo cientista. A capacidade de comunicar ciência com eficácia é uma habilidade indispensável para que os cientistas se tornem bem sucedidos.
A ciência moderna é multidisciplinar. Por isso, torna – se essencial que os cientistas ampliem suas habilidades de investigação. Não se prenda a sua área de formação e atuação. Esteja sempre disposto (a) a aprender coisas novas e diferentes em outras áreas do conhecimento.
Andressa Pelaquim
Mestre e Doutoranda em Ciências da Saúde – CCS/UEL
Referência
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