Rinite em crianças: sintomas, causas e como tratar com segurança

Saiba como identificar e tratar a rinite em crianças com segurança, controlando sintomas e melhorando sono e aprendizado.

A rinite em crianças é muito prevalente, sobretudo a forma alérgica. Em levantamentos epidemiológicos com escolares e adolescentes, a proporção de crianças com sintomas nasais compatíveis com rinite/rinoconjuntivite alcança faixas de dois dígitos, o que reflete alto impacto em saúde pública.

Na prática, isso significa salas de aula com vários alunos espirrando repetidamente, nariz entupido e coceira ocular ao longo do ano letivo. Diagnóstico precoce é essencial: quando a rinite não é reconhecida e tratada, surgem distúrbios do sono, fadiga diurna, queda de atenção e dificuldades de aprendizagem, além de maior risco de respiração bucal crônica, ronco e sinusites de repetição.

Sintomas de rinite em crianças

Os sinais típicos incluem espirros em salva, obstrução nasal persistente, coriza clara (aguada), coceira no nariz e, muitas vezes, coceira/ lacrimejamento nos olhos. Crianças pequenas podem manifestar irritabilidade, sono inquieto e o gesto de “esfregar o nariz para cima” (saudação alérgica). A voz tende a ficar anasalada, e o pigarro pode aparecer por gotejamento pós-nasal.

Rinite em crianças x Resfriado comum

Ajuda muito diferenciar rinite de resfriado. O resfriado é infeccioso, costuma durar 5–10 dias, pode vir com febre baixa, mal-estar e dor no corpo; os sintomas tendem a melhorar espontaneamente. 

Já a rinite alérgica persiste por semanas ou meses enquanto houver exposição ao alérgeno, não costuma cursar com febre, e o quadro é dominado por prurido, espirros e secreção clara. Se os sintomas voltam ou se mantêm por muito tempo e atrapalham o sono e a rotina, vale investigar rinite, não apenas tratar como “mais um resfriado”.

Causas da rinite infantil

Rinite em crianças: pó doméstico pode ser uma das causas de rinite infantil.

A rinite pode ser alérgica (mais frequente) ou não alérgica.

Rinite alérgica (IgE-mediada): decorre de sensibilização a ácaros do pó doméstico, epitélios de animais, mofo/fungos e pólen (onde houver sazonalidade). Ambientes internos úmidos, com poeira e pouca ventilação, sustentam a inflamação alérgica. História familiar de atopia (asma, eczema, alergias) aumenta o risco.

Rinite não-alérgica: precipitada por mudanças bruscas de temperatura, irritantes químicos (fumaça de cigarro, perfumes, produtos de limpeza), poluição e fatores neurovegetativos. Pode coexistir com a forma alérgica, tornando o controle mais desafiador.

Quanto menor a ventilação domiciliar e maior a carga de alérgenos (tapetes, bichos de pelúcia, colchões e travesseiros sem proteção, mofo), maior a chance de sintomas persistentes.

Impactos da rinite na saúde da criança

A inflamação nasal crônica reduz a qualidade do sono (ronco, despertares), provoca sonolência diurna e piora da atenção, com reflexos no desempenho escolar e no comportamento (irritabilidade, desatenção). Muitas crianças relatam constrangimento social por nariz escorrendo, espirros e coceira nos olhos. 

Em alguns casos, a respiração bucal prolongada favorece alteração do crescimento orofacial e piora dos distúrbios respiratórios do sono. A boa notícia: o tratamento adequado alivia sintomas, melhora o sono e ajuda a recuperar a atenção e o rendimento em sala de aula.

Diagnóstico da rinite em crianças

O diagnóstico é clínico e deve ser feito por otorrinolaringologista ou alergista. O médico investiga padrão temporal dos sintomas (perenes ou sazonais), gatilhos ambientais (poeira, animais, mofo), histórico familiar de alergias e sinais associados (conjuntivite, asma). 

O exame físico pode identificar a obstrução, secreção aquosa, hipertrofia de conchas nasais, “olheiras alérgicas” e achados sugestivos de adenoide aumentada. Quando há forte suspeita de alergia, os testes de sensibilização (prick test ou IgE específica sérica) definem alvos de controle ambiental e elegibilidade para imunoterapia. Em casos persistentes ou atípicos, a nasofibroscopia ajuda a avaliar anatomia nasal e nasofaringe.

O GEM (pediatras, otorrinos e alergistas) permite uma trilha diagnóstica padronizada: anamnese estruturada, exame físico direcionado, testes alérgicos quando necessários e um plano terapêutico único, com educação familiar e acompanhamento. Isso encurta o tempo até o diagnóstico, melhora a adesão e reduz “idas e vindas” entre serviços.

Tratamento seguro para rinite infantil

Rinite em crianças: mãe aplicando spray nasal na filha.

O manejo segue recomendações baseadas em evidências e prioriza eficácia e segurança:

Corticoide intranasal (CIN) – tratamento de primeira linha para obstrução nasal moderada a grave. Moléculas modernas (como mometasona, furoato de fluticasona, budesonida) têm excelente segurança pediátrica quando usadas nas doses indicadas e com técnica correta (bico do spray apontado para a lateral da narina, evitando o septo). Reduzem congestão, espirros e rinorreia; também ajudam na coceira e na qualidade do sono.

Anti-histamínicos de 2ª geração – úteis para prurido e espirros (cetirizina, loratadina, desloratadina, fexofenadina), com menos sedação e efeitos anticolinérgicos do que os de 1ª geração. Azelastina intranasal é opção em casos selecionados, inclusive como adjuvante ao CIN.

Lavagem nasal com solução salina – promove higiene mecânica de secreções e alérgenos, melhora o conforto e potencializa a ação dos sprays. Em crianças, orientar técnicas simples e rotina curta aumenta a adesão.

Imunoterapia específica – subcutânea ou sublingual, indicada pelo alergista em alergia comprovada com sintomas persistentes apesar do tratamento clínico e do controle ambiental. Pode modificar a história natural da doença em parte dos casos.

Evitar automedicação – descongestionantes nasais tópicos não são rotina em pediatria (risco de eventos adversos e efeito rebote). Corticoide sistêmico intermitente, por conta própria, não é estratégia segura. Todo ajuste terapêutico deve ser feito pelo especialista.

Controle ambiental no dia a dia

Pessoa trocando capa de colchão por causa de rinite em crianças.

Medidas ambientais reduzem a carga de alérgenos e ampliam o efeito dos medicamentos:

Quarto “anticarro”: usar capas impermeáveis para colchão/travesseiro; lavar roupas de cama semanalmente em água quente; manter umidade entre 35–50%; melhorar ventilação.

Menos acumuladores de pó: evitar tapetes, bichos de pelúcia e cortinas pesadas; preferir limpeza úmida regular; aspirar com filtro HEPA quando a remoção não for possível.

Mofo: eliminar infiltrações, arejar ambientes, usar desumidificador se necessário.

Animais de estimação: se houver sensibilização comprovada, discutir estratégias (banho regular do animal, restrição de acesso ao quarto da criança).

Irritantes: proibir tabagismo em casa e no carro; reduzir sprays perfumados e produtos de limpeza agressivos.

O ideal é um pacote de medidas, priorizado conforme a sensibilização da criança e as condições do domicílio – o alergista ajuda a escolher o que traz maior benefício com melhor custo-efetividade.

Quando procurar um especialista

Pais e cuidadores devem buscar otorrino/alergista quando houver:

Sintomas frequentes (>2–3 vezes por semana) ou persistentes (>3–4 semanas);

Ronco, respiração bucal e sono agitado;

Queda do desempenho escolar ou dificuldade de atenção;

Crises sazonais recorrentes;

– Suspeita de asma associada (chiado, tosse noturna);

– Sinusites e otites de repetição.

No GEM a avaliação é multidisciplinar e inclui educação sobre técnica correta do spray, cronograma de seguimento e ajustes finos do regime terapêutico para alcançar controle sustentado.

Perguntas frequentes (FAQ)

Rinite infantil tem cura?

Tem controle. Com corticoide intranasal, anti-histamínicos e controle ambiental, a maioria das crianças fica com sintomas mínimos. Em casos selecionados, a imunoterapia traz benefícios de médio/longo prazo.

Spray de corticoide “faz mal”?

Os CIN modernos têm segurança robusta nas doses pediátricas. O segredo é técnica correta e acompanhamento.

Meu filho vive “resfriado”. Pode ser rinite?

Se os sintomas persistem por semanas, sem febre e com coceira/espirros, é provável rinite alérgica. Resfriados se resolvem em até 1–2 semanas.

Capas antiácaro funcionam?

Sim, como parte de um conjunto de medidas (capas + lavagem de roupa de cama + umidade adequada + limpeza úmida/HEPA).

É importante lembrar que a rinite em crianças é comum e controlável. Diferenciar rinite e resfriado, tratar com segurança (corticoide intranasal, anti-histamínico, lavagem salina) e adotar medidas ambientais fazem diferença concreta em sono, atenção e aprendizagem. O manejo integradoGEM — facilita diagnóstico preciso, adesão às terapias e resultados duradouros.

Desconfia que seu filho pode ter rinite? Agende uma avaliação com os especialistas do GEM e receba um plano de tratamento seguro e eficaz, com base em evidências científicas e adaptado à rotina da sua família.

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