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A história da ciência no Brasil

A história da ciência no Brasil

 

A história da ciência no Brasil. Atualmente vemos inúmeros cientistas brasileiros aqui no Brasil e no exterior, envolvidos em solucionar o grande problema da pandemia do COVID-19. Mas você sabe quando e como a ciência começou a se desenvolver em nosso país?

Segundo historiadores, desde 1500 há atividades científicas no Brasil. Tudo começou com as viagens exploratórias. Através delas, começaram os estudos sobre a fauna e a flora, a cultura e língua indígena, observações astronômicas, etc. Dentro dessa perspectiva, esse tipo de estudo no Brasil foi ignorado por muito tempo, pois foram épocas em que a ciência estava voltada para os grandes cientistas e suas descobertas revolucionárias.

No final do século XVIII, período no qual as ideias iluministas estavam ganhando destaque, países como Portugal, Espanha, França e Inglaterra começaram a incorporar práticas científicas em suas políticas coloniais.

Alexandre Rodrigues Ferreira, formado na Universidade de Coimbra explorou a região amazônica de 1785 a 1792. E muitos outros foram designados para explorar e analisar os recursos minerais existentes no Brasil para assim construírem as primeiras mineradoras. Além disso, estudaram formas de implantar jardins botânicos para a produção de sementes e plantas de diversas espécies, como incentivo à produção agrícola.

No final do período colonial, o aparato científico no país foi crescendo e se diversificando.

Vemos em 1808, a criação do Colégio Médico da Bahia (a partir de 1832, Faculdade de Medicina da Bahia); no mesmo ano, foi fundada a Escola Médica do Rio de Janeiro (também Faculdade de Medicina, em 1832). Em 1808, foi criado o Horto, depois o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 1810, a Academia Militar do Rio de Janeiro, que durante o século XIX daria origem, em 1855, à Escola Central e, em 1874, à Escola Politécnica. Em 1818, o Museu Real, depois Museu Nacional de História Natural. Em 1827 foi criado um observatório astronômico, mas que teve seu período mais ativo a partir de 1871. Em 1838, surgiu o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro que atuou na área das ciências naturais. Em 1875 Escola fundou-se a Minas de Ouro Preto, em Minas Gerais e os institutos de agricultura, como o Imperial Instituto Fluminense de Agricultura.

A partir do séc.XIX vemos as atividades científicas se concentrarem no Rio de Janeiro.

Quando o Brasil se tornou república, muitas escolas de engenharia, medicina, museus e institutos ligados à área da saúde começaram a proliferarem por diversas regiões do país. São Paulo, por exemplo, criou em 1894 a Escola Politécnica; em 1892 um Serviço Sanitário de caráter microbiológico; e em 1894 um Museu de História Natural. Foram também instaladas no estado instituições privadas, como a escola de engenharia Mackenzie (1895) e a Escola de Farmácia (1898).

As instituições de maior prestígio naquela época foram às ligadas ao estudo de saúde pública, que estudavam as doenças tropicais aqui existentes, a produção de soros e vacinas. O primeiro serviço sanitário foi fundado em São Paulo, no ano de 1892. Em 1900 surgiu o primeiro centro de saúde pública no Rio de Janeiro.

História de dois grandes institutos científicos brasileiros

 

          Instituto Butantan

O Instituto Butantan surgiu em meio ao surto de peste bubônica em 1899, que se propagava por meio do Porto de Santos. Nesse período precisou-se criar um laboratório para a produção de soro antipestoso. A administração pública de SP então criou o laboratório localizado na Fazenda Butantan, vinculado ao Instituto Bacteriológico (atual Instituto Adolpho Lutz). Em fevereiro de 1901, foi reconhecido como instituição autônoma sob a denominação de Instituto Serumtherápico. Sob a diretoria do médico Vital Brazil Mineiro da Campanha, estudioso em saúde pública, o instituto foi ganhando notoriedade e hoje se destaca como um dos mais importantes institutos de ciências biomédicas, com reconhecimento nacional e internacional na produção de imunobiológicos e divulgação cientifica.

 

          Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, 120 anos de história

A Fiocruz foi fundada em 25 de maio de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na bucólica Fazenda de Manguinhos, durante o surto da peste bubônica.

Sob o comando do jovem bacteriologista Oswaldo Cruz, o instituto foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro. Através do instituto, houve a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920.

Ao longo dos anos, a Fiocruz passou por diversas transformações e seu trabalho se expandiu para diversas regiões do país, incluindo um escritório em Moçambique, na África.

Na década de 80, foi responsável pelo isolamento do vírus HIV pela primeira vez na América Latina. Foi responsável também pelo deciframento do genoma do BCG, bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Atualmente, a Fiocruz conta com inúmeros cientistas responsáveis por conduzir diversos estudos acerca do novo coronavírus. Além disso, a Fiocruz será responsável pela produção da futura vacina no Brasil.

Além desses dois grandes institutos, temos diversos outros centros científicos públicos e privados que desenvolvem pesquisa de ponta em nosso país. E mesmo com as inúmeras dificuldades para fazer ciência no Brasil, o amor pela ciência é o combustível que nos move e não nos deixa desistir de continuar nesse estonteante caminho de descobertas.

 

Andressa Pelaquim

Mestre e doutoranda em Ciências da Saúde – UEL

 

REFERÊNCIAS
Dantes MAM. As ciências na história brasileira. Cienc. Cult.  2005;  57( 1 ): 26-29. Disponível em : http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252005000100014&lng=en.
Instituto Butantan. Histórico. Disponível em: http://www.butantan.gov.br/institucional/historico
Fundação Oswaldo Cruz. História. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/historia#:~:text=A%20hist%C3%B3ria%20da%20Funda%C3%A7%C3%A3o%20Oswaldo,Norte%20do%20Rio%20de%20Janeiro.&text=Com%20o%20golpe%20de%201964,de%20alguns%20de%20seus%20cientistas

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