Cirurgia das amígdalas: quando é indicada, como é feita e o que esperar da recuperação

Descubra quando a cirurgia das amígdalas é indicada, como é feita e o que esperar da recuperação com segurança e tranquilidade.

A cirurgia das amígdalas, também chamada de amigdalectomia, é um procedimento comum em otorrinolaringologia, mas que costuma gerar dúvidas: afinal, quando tirar as amígdalas? O que de fato muda após a operação? E como é o pós-operatório? 

Neste artigo, explicamos com clareza os critérios de indicação, o passo a passo da cirurgia, os cuidados na recuperação e os sinais de alerta que merecem atenção – sempre reforçando que a avaliação individual com um otorrinolaringologista é indispensável. Para quem está em Londrina e região, os especialistas da Clínica Olfact estão à disposição para orientar de forma personalizada.

O que são as amígdalas e qual sua função no organismo?

As amígdalas palatinas são estruturas de tecido linfóide localizadas na orofaringe (garganta), visíveis em cada lado do istmo das fauces ao abrir a boca. Elas fazem parte do chamado Anel de Waldeyer, conjunto de defesas da mucosa que inclui ainda as adenoides (tonsila faríngea), a tonsila lingual e tecido linfóide disperso na região da naso- e orofaringe. Sua principal função é imunológica: atuar como primeira barreira contra microrganismos que entram pelo ar inspirado e pelos alimentos.

Nos primeiros anos de vida, em especial até cerca de 3 anos, as amígdalas têm atuação mais evidente, participando do “treinamento” do sistema imune. É também nessa fase que podem apresentar aumento de volume (hipertrofia), o que nem sempre significa doença. 

Com o crescimento, ocorre uma tendência natural à involução (redução relativa) e a função imune sistêmica passa a depender menos dessas estruturas. Em alguns casos, no entanto, as amígdalas tornam-se foco de infecções de repetição ou obstruem parcialmente a passagem do ar e/ou dos alimentos – contextos em que a cirurgia de garganta pode ser indicada.

Quando a cirurgia das amígdalas é indicada?

A decisão por amigdalectomia é sempre individualizada e considera a história clínica, o exame físico e, quando necessário, exames complementares. De forma geral, as indicações clássicas incluem:

  1. Infecções recorrentes de garganta (amigdalites)
    Quadros de dor intensa, febre, placas purulentas nas amígdalas e limitação funcional repetidos ao longo do ano. Há critérios utilizados internacionalmente que ajudam a definir o “limiar” de repetição (por exemplo, ≥7 episódios em 1 ano; ou ≥5 por ano em 2 anos consecutivos; ou ≥3 por ano por 3 anos consecutivos), sempre com documentação clínica e impacto no bem-estar (faltas à escola/trabalho, uso frequente de antibióticos). A lógica clínica é clara: quando a dor de garganta frequente passa a comprometer a qualidade de vida, a cirurgia pode reduzir significativamente os episódios.
  2. Roncos intensos e apneia do sono (distúrbios respiratórios do sono)
    A hipertrofia das amígdalas pode estreitar a via aérea e provocar ronco e pausas respiratórias (apneias), com fragmentação do sono, sonolência diurna, déficit de atenção e irritabilidade (em crianças, inclusive, repercussões no crescimento e no rendimento escolar). Nestes casos, a amigdalectomia (frequentemente associada à adenoidectomia) é uma das condutas de primeira linha, após avaliação clínica e, em determinados casos, polissonografia.
  3. Obstrução respiratória ou dificuldade para engolir
    Amígdalas muito volumosas podem dificultar a passagem do ar, levando a respiração ruidosa e esforço respiratório, e também interferir na deglutição (criança “empurra” o alimento, mastiga mal, leva mais tempo para comer, engasga). A cirurgia é considerada quando o impacto funcional é evidente.
  4. Abscessos periamigdalianos recorrentes
    O abscesso periamigdaliano é uma complicação da amigdalite, geralmente dolorosa, com desvio da úvula, trismo e febre. Após resolução do episódio agudo, a recorrência é uma indicação clássica de amigdalectomia para evitar novos eventos.
  5. Outras situações selecionadas
    Em adultos, assimetria tonsilar persistente com sinais de alerta pode motivar investigação oncológica e, eventualmente, indicação cirúrgica diagnóstica/terapêutica. Quadros de halitose crônica associada a caseum com falha de medidas conservadoras também podem ser discutidos individualmente.

Importante: a confirmação da indicação e a discussão de riscos/benefícios devem ser feitas por otorrinolaringologista, como os especialistas da Clínica Olfact (Londrina), que avaliarão o quadro clínico, a idade, comorbidades e as expectativas do paciente e/ou família.

Cirurgia das amígdalas em crianças: é mais comum?

Cirurgia das amígdalas: menina com as mãos na região da garganta.

Sim. A amigdalectomia é mais frequente em crianças, sobretudo pela maior incidência de infecções respiratórias e pela hipertrofia adenotonsilar na infância. A presença de ronco alto, pausas respiratórias, sono inquieto, irritabilidade, baixo rendimento escolar ou alterações do crescimento podem sinalizar obstrução que justifique avaliação para cirurgia. Em crianças, muitas vezes realiza-se amigdalectomia e adenoidectomia no mesmo ato.

Isso não significa que adultos não precisem ou não possam operar. Adultos com amigdalites recorrentes, abscessos, ronco e/ou apneia, ou com hipertrofia tonsilar que cause disfagia também se beneficiam do procedimento. Nos adultos, a recuperação pode ser um pouco mais lenta e a dor pós-operatória mais intensa do que em crianças, mas a cirurgia continua sendo segura e eficaz quando bem indicada e com preparo adequado.

Como é feita a cirurgia das amígdalas?

A amigdalectomia moderna é padronizada, segura e prevê cuidados minuciosos para reduzir dor e sangramento.

1) Anestesia geral
O procedimento é realizado sob anestesia geral, com monitorização completa. O anestesista avalia previamente condições clínicas, alergias, vias aéreas e jejum.

2) Duração média de 30 minutos
A maioria das cirurgias dura cerca de 30 minutos (podendo variar conforme técnica, anatomia e associação com adenoidectomia).

3) Técnicas e controle de sangramento
O cirurgião utiliza instrumentos que cortam e coagulam simultaneamente (eletrocautério, radiofrequência, coblation ou outras tecnologias), o que minimiza sangramentos. A escolha da técnica depende da experiência do cirurgião, perfil do paciente e recursos disponíveis.

4) Geralmente sem pontos
Na amigdalectomia convencional, não é comum usar pontos na loja amigdaliana; a hemostasia é feita intraoperatória e o leito cicatriza por segunda intenção. Uma “placa esbranquiçada” pode aparecer nos primeiros dias — trata-se de fibrina (tecido de cicatrização), e não de pus.

5) Alta no mesmo dia
A maioria dos pacientes recebe alta algumas horas após o procedimento (cirurgia ambulatorial), desde que estáveis, com dor controlada e orientações compreendidas. Alguns casos específicos podem exigir pernoite para observação (crianças pequenas, comorbidades, distância da residência).

Cuidados no pós-operatório da cirurgia de amígdalas

A recuperação é etapa crucial para um bom resultado. Seguir as orientações reduz a dor, diminui o risco de sangramento e acelera a cicatrização.

Alimentação

– Primeiros 3 dias: priorize dieta fria e pastosa — sorvetes, picolés, iogurte, purês frios, sucos gelados, gelatina, vitaminas sem sementes. O frio tem efeito analgésico e ajuda a desinchar.

– Do 4º ao 7º dia: evoluir para moles mornos (sopas batidas, purês, macarrão bem cozido, ovos mexidos), mantendo hidratação abundante.

– Evite: alimentos duros/crocantes (torradas, chips), ácidos (abacaxi, laranja concentrada), muito temperados e muito quentes na primeira semana.

– Hidratação constante é essencial para evitar ressecamento da mucosa (que piora a dor).

Repouso e atividade

Repouso domiciliar por pelo menos 7 dias.

– Evite esforço físico e esporte por 14 dias (ou conforme orientação do seu cirurgião).

– Falar pode ser desconfortável nos primeiros dias; repouso vocal relativo ajuda.

Analgesia e medicamentos

– Use analgésicos prescritos (paracetamol, dipirona e/ou outros que o médico indicar).

– Anti-inflamatórios e antibióticos apenas quando prescritos. Automedicação pode aumentar risco de sangramento ou mascarar sintomas.

O que é esperado nos primeiros dias

Dor ao engolir (pode irradiar para os ouvidos); é normal que piore entre o 4º e o 7º dia à medida que a fibrina se desprende.

– Febre baixa no 1º e 2º dia pode ocorrer.

– Halitose temporária é comum (plaquinhas de fibrina).

– Pouquíssimos vestígios de sangue na saliva podem aparecer ao tossir ou após esforço.

Sinais de alerta — procure o médico/PS

Sangramento em quantidade (boca cheia de sangue, jatos, coágulos).

– Febre alta persistente (>38,5 °C) após os dois primeiros dias ou associada a piora do estado geral.

– Dor desproporcional, vômitos repetidos, sinais de desidratação (urina escura, sonolência excessiva).

– Dificuldade para respirar ou para abrir a boca (trismo) que não melhora.

Dica prática: manter a dieta fria e macia, hidratação regular e o analgésico no horário costumam tornar a recuperação mais confortável.

Cirurgia de amígdalas tem riscos?

Médico conversando com paciente sobre riscos da cirurgia das amígdalas.

Toda cirurgia tem riscos, ainda que baixos quando realizada por equipe experiente e com boa seleção de pacientes.

Sangramento

 É a complicação mais discutida. Pode ser precoce (nas primeiras 24–48 h) ou tardio (até o 14º dia, quando a “casquinha” cicatricial se desprende). A incidência global é baixa, mas suficiente para exigir atenção aos sinais de alerta e reavaliação imediata se ocorrer.

Dor e desidratação

A dor pode levar o paciente (principalmente criança) a recusar líquidos, com risco de desidratação. Por isso, é essencial oferecer líquidos frios com frequência e manter analgésicos conforme prescrição.

Infecção secundária

Rara. Na maioria das vezes, aquele aspecto esbranquiçado na garganta é fibrina, e não infecção. Febre alta persistente, halitose intensa com piora do estado geral e dor fora do esperado merecem avaliação.

Alterações de voz temporárias

Em geral discretas e transitórias; melhoram com a cicatrização.

Riscos anestésicos

Minimizados com avaliação pré-anestésica adequada e jejum correto.

Quando a cirurgia é feita por indicação correta e o pós-operatório é seguido à risca, os benefícios superam amplamente os riscos: redução das amigdalites de repetição, melhora do ronco e, nos casos indicados, melhora da apneia do sono, da qualidade de vida e do desempenho escolar nas crianças.

Perguntas frequentes (FAQ)

A cirurgia das amígdalas dói muito?

Há desconforto, sim, especialmente ao engolir; costuma piorar entre o 4º e o 7º dia e depois melhorar. Com analgesia regular, hidratação e dieta fria/macia, a maioria dos pacientes controla bem a dor.

Em quanto tempo posso voltar às atividades?

Atividades leves e home office: em 7 a 10 dias, conforme evolução. Exercícios e esforços: 14 dias (ou conforme seu cirurgião).

Precisa tirar pontos?

Geralmente não há pontos. O leito cicatriza naturalmente.

Crianças podem comer sorvete após operar?

Sim — e muitas vezes ajuda na dor. Picolés de fruta e líquidos gelados são aliados nos primeiros dias.

Leia mais em: Sorvete causa dor de garganta? Entenda o que é mito e o que é verdade

A cirurgia enfraquece a imunidade?

Não. Em pacientes com indicação (infecções de repetição, obstrução, abscessos), a remoção das amígdalas doentes costuma reduzir as infecções e melhorar a qualidade de vida.

Sinais de que a cirurgia pode ser indicada no seu caso

Mulher com desconforto na garganta, representando sinais de que a cirurgia de amígdalas pode ser indicada no seu caso.

Amigdalites recorrentes documentadas, com impacto na rotina;

Ronco alto e pausas respiratórias noturnas (apneia) observadas por familiares;

Dificuldade para engolir por amígdalas muito volumosas;

Abscessos periamigdalianos recorrentes;

Falhas repetidas de tratamento clínico e uso frequente de antibióticos.

Nessas situações, procure avaliação com otorrinolaringologista. A equipe da Clínica Olfact, em Londrina, dispõe de infraestrutura completa para diagnóstico preciso e acompanhamento no pré e pós-operatório, conduzindo cada caso com segurança e cuidado individualizado.

A cirurgia das amígdalas é um procedimento seguro e efetivo quando bem indicado. Em crianças, resolve obstrução respiratória, ronco e apneia relacionados à hipertrofia adenotonsilar; em adultos, reduz amigdalites de repetição, previne abscessos e melhora sintomas de sono em casos selecionados.

Entender quando indicar, como é feita e o que esperar da recuperação ajuda pacientes e famílias a passarem por esse processo com mais tranquilidade — e com resultados consistentes.

Sofre com infecções frequentes na garganta ou ronco intenso? Agende uma consulta na Clínica Olfact, em Londrina, e descubra se a cirurgia das amígdalas pode ser indicada para o seu caso.

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